domingo, 28 de setembro de 2008

"Agora meu nome é 'CQC'", diz Danilo Gentili

Mais uma reportagem retirada da Folha Online sobre o CQC, agora o protagonista é Danilo Gentili, do dia 23/09/2008. A matéria não foi alterada, está igual a do site.

Veja a seguir:

Danilo Gentili, 28, viu sua vida mudar em 2008. Na rua, ele passou a ser o "CQC" --programa do qual é uma das estrelas, na Band, com a qual tem contrato até o fim de 2009.

Apesar do sucesso repentino, o comediante segue com o trabalho de comédia stand-up, que lhe abriu as portas da televisão.

Na próxima quinta-feira (25), às 21h30, ele estréia em mais um espetáculo do gênero: "A Divina Comédia", no qual divide o palco do bar Memphis (av. dos Imarés, 295, Moema, São Paulo, tel. 0/xx/11/5542-9767; ingressos R$ 20) com Maurício Meirelles, Rogério Morgado e Felipe Hamachi.

Gentili começou no teatro após mostrar um texto para a humorista Marcela Leal. E logo emplacou como stand-up com seu estilo tímido, desajeitado e muito engraçado.

Gentili conversou com a Folha Online sobre a carreira, o trabalho no "CQC" e a relação que tem com os colegas.

Questionado se a fama está ajudando nas conquistas amorosas, o paulista de Santo André mostrou ter um lado bem mineiro: "Estou ['pegando' mais garotas], mas essas coisas a gente não fica falando (risos)". Leia o bate-papo.

Folha Online - O que mudou na sua vida após a entrada no "CQC"?

Danilo Gentili - Cara, mudou muita coisa. Eu já tinha um reconhecimento do meu trabalho no teatro, mas, agora, ele é bem maior. Uma coisa que mudou foi o meu nome. Eu não chamo mais Danilo, agora meu nome é "CQC". O cara passa na rua e fala "E aí, 'CQC'?" (risos).

Folha Online - Como você entrou no programa?

Gentili - O Diego Barreto, o diretor do "CQC", me assistiu no "Clube da Comédia" [espetáculo de humor stand-up de São Paulo] e me convidou para fazer um teste. Fiz uma entrevista com o [cantor] Agnaldo Timóteo e passei.

Folha Online - Seu grande sucesso inicial no "CQC" foi o quadro do Repórter Inexperiente. Você se arrepende de não ter gravado mais entrevistas antes da estréia do programa?

Gentili - É uma mistura de sentimentos. Eu gostaria, sim, te ter feito muito mais. Porém, durante o processo, eu estava de saco cheio e achava que já estava bom. Mas, se pudesse voltar no tempo, eu teria feito mais, sim.

Folha Online - Você tinha idéia que o "CQC" seria esse sucesso todo?

Gentili - Não tinha a menor idéia. A Band não tem muita tradição de programa de humor e isso era uma incógnita. Na minha cabeça, eu só pensava: 'Ah, vai ser divertido fazer isso'. Eu apenas gravava com prazer.

Folha Online - Além de comediante, você também é repórter na prática. Como você encara o cotidiano de jornalista?

Gentili - Tem dia que é foda. Na matéria do Daniel Dantas [banqueiro preso pela Polícia Federal], por exemplo, o processo não foi nada prazeroso. Cheguei na pauta às 8h e só saí de lá às 22h. Mas o resultado final foi um prazer, que compensou toda aquela espera.

Folha Online - Como é a relação entre vocês do "CQC"?

Gentili - A gente trabalha num mesmo programa, mas não trabalha junto. O [Rafael] Cortez faz as matérias dele, o [Felipe] Andreoli, as dele, e o Oscar Filho, as dele. A nossa relação é de trabalho. Eu adorei fazer a cobertura do debate [dos candidatos à Prefeitura de São Paulo]. Tem uma amizade também. Sou amigo do Cortez, apesar dele ser gay, e do Andreoli, apesar dele ser bi (risos).

Folha Online - Ficar famoso mexeu com você?

Gentili - Eu não acho que fiquei famoso. Eu tenho a sorte de trabalhar em algo que o público vê com carinho. Eu não tenho a ilusão da fama. A gente está numa roda-gigante, amanhã pode baixar.

Folha Online - Você tem contrato com a Band até quando?

Gentili - Até o fim de 2009.

Folha Online - Você iria para uma outra emissora?

Gentili - Sempre vou optar pelo veículo que permitir eu ser o mais autoral possível. O "CQC" segue a linha de produção da TV, na qual a matéria passa pela mão do produtor. Mas, ainda assim, eu tenho uma parcela muito autoral, que em outros programas seria difícil de existir.

Folha Online - Você acha que programas como o "CQC" e o "Pânico na TV" ajudaram o humor stand-up?

Gentili - Ajudou um pouco, mas não foi tudo isso. Eu, por exemplo, já tinha dois anos de trabalho. Tenho um amigo humorista, o Bruno Motta, que não está fixo em nenhum programa de TV e consegue viver do humor. Ele lota teatro pelo Brasil inteiro e foi pioneiro nisso. A comédia stand-up está bem estruturada. Meu nome está no "CQC", sim, e é claro que isso agregou valor, mas eu já lotava teatro antes.

Folha Online - Por que você acha que o humor stand-up faz tanto sucesso atualmente com o público?


Gentili - O sucesso do stand-up não é novidade. É um gênero de humor tradicional nos Estados Unidos e na Inglaterra. Essa geração nova, à qual pertenço, conseguiu lidar com a linguagem do stand-up e adaptá-la ao Brasil. Crescemos assistindo aos seriados americanos e a internet ajudou bastante. Criamos uma forma de fazer stand-up bem brasileira. O stand-up é o bê-á-bá do humor.

Folha Online - Quem são seus ídolos no humor?

Gentili - Cara, eu não sei. Tem muito comediante que eu admiro, mas não tem um que digo: ah, esse é meu ídolo. Acho que quanto menos referência, mais autoral a gente consegue ser.

Folha Online - Você tem um jeito meio desastrado e tímido. Isso é uma criação ou você é mesmo assim?

Gentili - Eu não criei, até porque nem ator eu sou. A única coisa que eu construo é o texto. O resto sou eu mesmo, um pouco exagerado, porque o palco é uma lupa.

Folha Online - Que tipo de humor tem no seu novo espetáculo?

Gentili - A gente fala do dia-a-dia, das neuras da cidade grande, de relacionamento familiar, de namoro, da vida moderna, de tecnologia. Enfim, nosso cotidiano visto pela ótica do humor.

Folha Online - Como você constrói piadas de seu repertório?

Gentili - Tem piada que vem pronta na cabeça. Agora tem piada que eu falo: 'Quero falar sobre isso aqui'. E tem piada que invento no palco na hora.

Folha Online - Você já sofreu com humoristas que roubaram piadas suas?

Gentili - Todo comediante tem ciúmes das suas piadas. A gente sempre sofre. No meio tem gente que rouba e também há casos de coincidência. Digamos que 90% da turma é do bem (risos).

Folha Online - O sucesso está te ajudando com as mulheres?

Gentili - Está igual... Estou solteiro (risos).

Folha Online - Mas você está ou não "pegando" mais [garotas]?

Gentili - Estou (risos). Mas essas coisas a gente não fica falando (risos).

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